21 maio 2014

Presidente da SR Rating ministra palestra na Fiesc

Desafios e oportunidades da economia brasileira e de SC foram tema de debate. Foto: Fiesc/Divulgação

Desafios e oportunidades da economia brasileira e de SC foram tema de debate. Foto: Fiesc/Divulgação

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) sediou nesta quarta-feira, dia 21, um debate sobre desafios e oportunidades da economia brasileira e catarinense. O presidente da SR Rating, Paulo Rabello de Castro ministrou uma palestra sobre perspectivas para o país em 2015 e destacou a necessidade de juro baixo, investimento alto, estímulo para trabalhar e menos corrupção no país.

De acordo com ele, as bases de um novo modelo para o país avançar são a simplificação fiscal, contenção do gasto crescente, capitalização popular, ênfase exportadora e na inovação.“O setor mais estatizado do Brasil é a poupança. Quando fizer uma reforma do FGTS, terá milhões para serem alocados e gente participando do processo”, acredita. Rabello também criticou os impostos atuais, a falta de fundo do INSS, e o défict público. Para ele, ICMS nacional deveria ser compartilhado e deveria ser criado um fundo gestor dos recursos da previdência social. Além disso, seria necessário um novo pacto federativo.

O presidente da SR Rating também falou “dar riqueza ao povo brasileiro” por meio de educação, inovação e conhecimento. Para ele, é necessário fazer uma seleção da assistência, que caracterizou o período de governo do PT. “Vamos parar de ficar distribuindo quase R$60 milhoes de contracheques/mês que saem do governo federal. O Brasil não precisa de tanta esmola”, acredita.

Indústria

Para Rabello, a indústria estagnou não pela falta de mercado ou diminuição da produtividade, mas pela tributação, burocracia, juros e câmbio. “Brasil virou um cassino do mercado financeiro internacional. Nós pagamos a taxa de juros mais cara do mundo e achamos que isso é necessário. Nós somos o único país que bota o juro rendendo ao dia”, destaca Rabello.

Debate

Durante a discussão, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destacou que umas das preocupações do setor industrial catarinense é a energia. A capacidade energética não aumenta e isso faz com que as indústrias não cresçam. Ele ainda afirma que algumas indústrias já iniciaram processos de implantação de unidades fora do Estado, próximos a locais com abundância de gás natural.

Mauricio Mulinari, assessor econômico da Fecomércio/SC, criticou os juros elevados no país. “Isso tem reflexo direto no comércio catarinense. A gente continua com expansão da renda e do emprego. O mercado consumidor continua aumentando no Brasil. A amarra pro consumo, que crescia cerca de 8% ao ano e agora cresce cerca de 2% no estado, tem a ver com o preço da dívida. Às vezes o brasileiro paga mais a dívida do que o custo do que ele está comprando”, explica.

Adriano de Amarante, chefe do departamento de Ciências Econômicas da Esag-Udesc, reiterou que o país tem baixa expectativa para crescimento do PIB. “O Brasil tem expectativa de crescimento neste ano, sob a ótica das instituições financeiras, em torno de 1,6%, enquanto que, sob a ótica da indústria e do comércio, em torno de 2%. Esse crescimento baixo se deve a um esgotamento de um modelo de estímulos ao mercado interno”. Amarante também destacou que produtividade da indústria depende da infraestrutura física e social. “Em relação à infraestrutura física, a economia catarinense parece ficar a mercê das decisões do governo central, para investimentos, portos, estradas, rodovias, entre outros”. Ele também falou que a infraestrutura social, como saúde, educação, saneamento básico, influenciam na produtividade do trabalhador.

Graciella Martignago, economista e consultora da Fiesc, destacou que a produção industrial e o emprego em Santa Catarina vem crescendo acima do nível nacional, mas o empresariado está com expectativas mais baixas quanto ao futuro. “A gente tem um indicador de expectativa no menor nível dos últimos dois anos”, comenta. “Isso nos surpreendeu. O empresário ainda está investindo, mas o otimismo não é mais o mesmo”, completa. De acordo com a pesquisa, o empresário acredita que há acomodação no mercado de trabalho e que a demanda e exportações não vão crescer muito.

O encontro faz parte da série de debates do projeto Cresce SC, promovido pelo Sindicado dos Engenheiros de Santa Catarina (Senge/SC) e da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), com realização da RBS. As próximas discussões vão tratar de turismo, no dia 28; infraestrutura, no dia 3 de junho; e energia, no dia 11 de junho.

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Via: economiasc.com.br