28 maio 2014

Entre 2 cidades-sede, SC vê oportunidades na Copa

Copa do Mundo - criancas

Circulação de turistas pelo Brasil está estimada em seis milhões de viagens entre as cidades-sede da Copa do Mundo. Foto: ABr/Divulgação

Giovana Kindlein,

especial para a Revista Trade Tur

Acostumada a receber os argentinos, uruguaios e paraguaios em todos os verões, dessa vez Balneário Camboriú vai receber um público bem diferente e em época bem distinta. Dois mil e quinhentos argelinos estão sendo aguardados na segunda semana da Copa do Mundo, de 19 a 26 de junho, pela Secretaria Municipal de Balneário Camboriú. “A secretaria fez um trabalho muito bom de prospecção. A região foi apresentada aos argelinos e eles ficaram encantados com a nossa praia, gerando um potencial muito forte para que venham a se hospedar em Balneário Camboriú”, diz o assessor jurídico do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Balneário Camboriú e Região, Álvaro Koenig.

Os argelinos vêm ao Brasil para assistir aos jogos do Mundial, na cidade-sede Curitiba. A posição estratégica entre as capitais Curitiba e Porto Alegre, que receberão jogos, é um fator que está sendo explorado pelo trade turístico catarinense. “Tanto Porto Alegre, quanto Curitiba, duas sedes da Copa, ficam a uma distância razoável por meio de rodovias, dando a possibilidade dos turistas passearem e circularem por Santa Catarina no intervalo de jogos de uma e outra sede. Com certeza, o Estado será beneficiado pela circulação de turistas durante a Copa e isso terá um impacto positivo na economia catarinense”, avalia o secretário nacional de políticas de turismo, Vinícius Lummertz.

Além de Balneário Camboriú, espera-se que os torcedores se hospedem também em Joinville. A 130 quilômetros de Curitiba, Joinville é a cidade catarinense mais perto de uma cidade-sede da Copa. “Joinville é a principal. Temos que abrir as portas porque estamos perto de Curitiba e já há muita procura pelos hotéis”, argumenta Bernardo Kuerten, presidente do Viva Bem – Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville e Região, que compreende 16 cidades, desde Penha, a cidade do Beto Carrero, até Itapoá, passando por São Bento do Sul. Empresário do setor de eventos, Kuerten também é vice-presidente da Instância de Governança da Região Norte de Santa Catarina.

A Cidade dos Príncipes como também é conhecida Joinville tem três hotéis cadastrados pelo Ministério do Turismo para o Mundial. São eles: Holz Hotel, Bourbon Joinville Business Hotel e Comfort Hotel Joinville. “Oferecemos a melhor infraestrutura para os torcedores da Copa porque temos em torno de 50 hotéis, estamos perto da praia – Barra do Sul, Barra Velha, Piçarras, e São Francisco do Sul –, temos dois aeroportos – Joinville e Navegantes – e estamos próximos de tudo”, defende Kuerten.

Em contrapartida, a demanda turística nacional projeta também movimentação para destinos que fujam das multidões das cidades-sede e que privilegiem o descanso. “Santa Catarina vai ter movimento de turista que não tem interesse em futebol. Eu estou tendo reservas na minha empresa, uma operadora receptiva, de turistas brasileiros que querem sair das cidades-sedes para vir descansar”, afirma a presidente da Abav-SC (Associação Brasileira de Agências de Viagem- Seção Santa Catarina), Ely Ribeiro da Silveira.

Destino desejado & Negócios

Existe a expectativa de que muitos turistas do Mercosul estejam se preparando para vir ao Brasil durante a Copa, especialmente os argentinos, chilenos, colombianos e uruguaios. “Muitos deles costumam viajar de carro ou ônibus, mas também podem optar por voos”, diz o secretário nacional de políticas de turismo, Vinícius Lummertz.

Hoje, de acordo com o Ministério do Turismo, Santa Catarina tem o 9º destino mais desejado pelos brasileiros em viagem dentro do país, Florianópolis. Também possui o 25º destino mais visitado nas viagens domésticas, Balneário Camboriú. “O turismo de sol e praia, portanto, é um dos ícones da atividade no Estado”, afirma Lummertz.

Porém, ele reconhece que a Copa será realizada no período do inverno. O que poderia ser considerado uma preocupação pode se transformar numa oportunidade. “Isso é muito bom para mostrar a diversidade da oferta local de turismo: será a chance de mostrar que estamos prontos também para atividades como o turismo cultural, o ecoturismo, o turismo náutico, turismo de pesca e mesmo para o turismo histórico”.

O secretário nacional de políticas de turismo cita o exemplo de São Joaquim, que é a cidade mais fria do Brasil. “São Joaquim produz um dos melhores vinhos do país. Cidades com esse perfil se transformam em prioridade da cesta de consumo de quem viaja e não conhece neve”, diz.

Municípios como Blumenau, Timbó, Nova Trento e Penha, segundo o secretário, têm uma oportunidade única de promover os seus atrativos tanto para brasileiros quanto para estrangeiros. Atrações não faltam, desde o Santuário de Santa Paulina, passando pelo parque temático Beto Carrero World, em Penha, ou pela rota das cervejas no Vale do Itajaí.

Segundo ele, embora Florianópolis não seja cidade sede da Copa, a Capital e as praias catarinenses, como Balneário Camboriú e Porto Belo, estão entre os dez destinos preferidos dos turistas estrangeiros que vêm ao Brasil por motivo de lazer. (Leia mais na Revista Trade Tur).

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Via: economiasc.com.br