31 jul 2014

Empresas conquistam sucesso após dificuldades

Luiz Tarquínio, presidente da Tupy, explica como empresa saiu das dívidas. Foto: Cristina Schulze/Senac/Divulgação

Luiz Tarquínio, presidente da Tupy, explica como empresa saiu das dívidas. Foto: Cristina Schulze/Senac/Divulgação

Jessica Melo

Empresas passam por situações difíceis, mas a situação pode se reverter e tornar o empreendimento ainda mais viável, competitivo e lucrativo. Este foi o ensinamento dos empresários Nelson Lisot, ex-presidente da Cadence, Luiz Tarquínio, presidente da Tupy e Tadeu Bongiolo, presidente da Coan, que apresentaram seus cases de sucesso durante o evento Ponto da Virada, que foi realizado na noite desta quarta-feira, dia 30, na sede da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina).

Tupy

Segundo o presidente da Tupy, de Joinville, o “ponto da virada” da empresa foi em 2003. Em 2002, a Tupy passava por um momento ruim, com prejuízo liquido de R$52, 5milhoes. Com um período de forte e desvalorização cambial, a empresa, com R$833, 7 milhoes de receita operacional, teve a dívida cada vez maior.

Em 2003, começou um período de reestruturação dessa dívida. “Em 11 meses fiquei trabalhando no problema financeiro da companhia”, destacou o presidente. Houve rígido controle de gastos e foco em produção e qualidade. “Credores e acionistas contribuíram para a solução deste problema. Também fomos beneficiados por um ciclo muito forte de crescimento da economia mundial”, acredita Tarquínio

A partir de 2007, a empresa começou a mudar a estratégia de negócios, com produtos com séries menores, diversificação e ampliação de clientes, maior variedades de produtos por cliente, projetos de alta tecnologia e com maior complexidade, contratos comerciais detalhados, atuação em muitos segmentos e melhor gestão de riscos.

Entre 2011 e 2012, a empresa ainda adquiriu duas plantas no México. Em 2013, a receita líquida foi de R$3,2 bilhões, 274,6% acima da receita em 2002. Hoje, com 13.200 funcionários, a empresa é líder no mercado de blocos e cabeçotes de motor em ferro fundido no Ocidente. A capacidade produtiva fica em torno de 848 mil toneladas por ano.

Cadence

Durante a palestra, o ex-presidente da Cadence, Nelson Lisot (que deixou o cargo para o filho há dois meses) afirmou que a empresa passa agora a fazer parte do grupo americano Jarden. Além disso, devido a bons resultados, será construída uma nova planta em Coração de Maria, na Bahia. A sede da empresa, em Navagentes, também será ampliada.

A empresa começou em Caxias do Sul e surgiu da ideia de vender apenas panificadoras importadas. Aumentando o número de produtos, veio à Santa Catarina em 2005 em busca de melhor logística e mais incentivos fiscais.

Em 2008 já tiveram grandes dificuldades, pois estavam situados em Itajaí, cidade que foi muito atingida pelas chuvas e cheias naquele ano. Perderam mais de 50% do estoque. “Entrou 70 cm de água no nosso depósito. Foi um prejuízo monstruoso. Esse que eu chamo do ponto da virada. Foi duro, foi difícil, é um momento de muita impotência. Limpamos, ajeitamos e a primeira coisa que fizemos foi procurar um novo local, porque cada nuvem que vinha no céu, o coração vinha pela boca”, destaca Lisot.

A empresa então se mudou para Navegantes e começou a estabelecer metas audaciosas para 2009. Conseguiu não só atingi-las, mas ultrapassá-las. Em 2010, mudou-se para Navegantes.

Em 2013, a empresa já estava com 350 funcionários e fabricava mais de 6 mil peças por dia. A meta para 2015 é chegar a 15 mil peças diárias e, para isso, contar com 500 funcionários. Hoje, empresa é a maior distribuidora de produtos de aquecimento no Brasil. “Inovação é sempre uma coisa contínua dentro da Cadence. Temos em média o lançamento de 12 lançamentos por mês e um mix com mais de 170 produtos”, destaca Lisot.

Coan

Emílio Tadeu Bongiolo, presidente da gráfica Coan, de Tubarão, contou que a empresa era apenas uma pequena da família de sua esposa. “Eu não entendia nada de gráfica”, admite. Para ele, o ponto da virada foi quando o negócio atingiu a liderança no Sul do país. “A gente tinha uma fábrica de varejo. Tínhamos uma quantidade de produtos muito grande. Focamos na produção de quarei produtos gráficos: revistas, livros, catálogos/encartes e tabloides”, explica. Hoje, a Coan está entre as dez maiores gráficas do país e quer ficar entre as cinco no ranking. É também primeira gráfica do Sul do Brasil a ser 100% ecológica, de acordo com ele.

Bongiolo é natural de Tubarão, mas foi estudar em Curitiba aos 15 anos. Formado em administração e direito, voltou para Tubarão para trabalhar na empresa do pai, lojista na área de calçados. Desistiu e tentou criar loja própria em Criciúma. “Não estava feliz. O comércio, confecções, calçados, aquilo não fazia meus olhos brilharem”, destacou.

Viu na empresa da família da esposa uma oportunidade. “Não acreditava no futuro da indústria gráfica já naquela época achava q o computador ia tomar. Não queria também mais a experiência de trabalhar em família, ainda italiana. A coisa de vez em quando pega fogo, é explosiva”, disse Bongiolo.

Bongiolo, após visitar uma feira internacional, chegou a um acordo com sua sogra, esposa e cunhado. Seria o líder da empresa. Viajaram a países como Alemanha, Suíça e Bélgica para aprimorar conhecimentos e a tecnologia da fábrica.

A Coan em 1992 tinha cinco funcionários, três donos e 100m² de área construída. Em 2013, passou para 420 funcionários e 25000 m².

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Via: economiasc.com.br