
Presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schiemer, e o diretor da concessionária DVA em SC, Paulo Toniolo Jr. comemoram resultado de 2014. Foto: Divulgação
Giovana Kindlein
No mesmo dia em que funcionários da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo aderiram por 24 horas à greve dos metalúrgicos em São Paulo, o presidente da companhia no Brasil e CEO para América Latina, Philipp Schiemer, esteve em Florianópolis para celebrar a conquista da liderança da marca no setor de caminhões pelo Grupo DVA, revendedor de veículos utilitários e concessionário da linha de automóveis de luxo da marca em Santa Catarina.
Apesar de parecer controverso, o mercado de automóveis premium da Mercedes-Benz registrou crescimento de 20% no país, enquanto o segmento de veículos comerciais apresentou queda. “O segmento dos automóveis de luxo apresentou crescimento de 20% em 2014. Tivemos um aumento de acordo com o planejado”, disse Schiemer.
As vendas do modelo GLA, um SUV lançado recentemente no Brasil, foram muito boas. “Chegamos a ter uma fila de espera por este carro em torno de três meses, como também pelo Classe C. Em 2014 não conseguimos atender a demanda, e exatamente por isto, acreditamos que em 2015 vamos conseguir atendê-la”, salientou. Ainda existe fila de espera pelo SUV com teto solar panorâmico em 2015. Muitos consumidores fazem uso dos financiamentos do próprio banco da Mercedes.
Os diretores do Grupo DVA comemoraram o resultado de 2014 que superou a média nacional na venda de automóveis premium e assumiram a liderança do mercado na Capital. “Fechamos 2014 como líderes de mercado. De uma venda média de 20 caminhões/mês passamos a 80 caminhões/mês depois da liberação do Finame”, afirmou o diretor da DVA, Paulo Toniolo.
Por outro lado, o mercado de veículos comerciais apresenta dificuldades desde 2012. “Nós investimos muito forte em 2010 e 2011, acreditando na capacidade do país, mas infelizmente nos últimos três anos, o mercado caiu. Hoje, nós temos uma capacidade ociosa de 40%”, explicou.
Segundo o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, o mercado de caminhões registra queda em relação a 2011 de mais de 20%. No ano passado, a queda girou em torno de 11%. “Na Mercedes, a queda não foi tão acentuada, mesmo assim, houve um decréscimo de 8%”, disse.
Por conta da queda na produção de caminhões, a empresa adotou o sistema de lay-off, uma licença remunerada para 1,2 mil funcionários. Hoje, no total, a Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo emprega 11 mil pessoas.
Dos que estavam em licença remunerada até 30 de novembro, 260 metalúrgicos foram demitidos em dezembro. Os outros mil funcionários tiveram a licença renovada até 30 de abril.
Na manhã desta quarta-feira, dia 7, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC convocou uma greve e os funcionários da Mercedes aderiram. Schiemer admitiu a paralisação e disse que vai sentar com os sindicalistas para discutir os assuntos. “Os fatos estão em cima da mesa, estão claros, estão transparentes para todo mundo já faz longa data, não é surpresa para ninguém e nós vamos discutir isto com o sindicato nos próximos dias”.
Ele não disse que haverá novas demissões, mas também não descartou essa possibilidade. “Se o mercado não mostrar sinais de melhoria, nós temos mais 750 pessoas em São Bernardo do Campo e mais 250 em Juiz de Fora, em geral são mil pessoas em sistema de lay-off, hoje, que estão em casa, pagos pela Mercedes-Benz, e se a situação econômica não melhorar nos próximos meses, nós também temos que encontrar soluções para isto”.
Durante todos os anos de 2013 e de 2014, segundo ele, tentaram solucionar o problema com medidas de flexibilidade dentro da lei com banco de horas, férias coletivas e dois lay-off. “Nós estávamos sustentando uma capacidade ociosa durante os últimos anos, mas está chegando o momento que não dá mais para sustentar. Chega o momento que você tem que adequar as suas posições”.
Mesmo com o cenário conturbado, Schiemer disse que os investimentos de R$ 3,2 bilhões no Brasil até 2018 serão mantidos. Além disso, também estão sendo aplicados R$ 5 milhões na construção da fábrica em Iracemápolis (SP), onde serão produzidos inicialmente os modelos Classe C e o GLA. “A gente continua acreditando no Brasil”, afirmou.
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Via: economiasc.com.br