05 nov 2014

Pesquisa revela a cadeia de reciclagem em SC

Especialista do IEL/SC, Paloma Zimmer, destacou os principais pontos do mapeamento. Foto: Filipe Scotti/Divulgação

Especialista do IEL/SC, Paloma Zimmer, destacou os principais pontos do mapeamento. Foto: Filipe Scotti/Divulgação

Um mapeamento inédito mostra como funciona a cadeia de reciclagem de embalagens em Santa Catarina e os seus principais desafios. O levantamento, realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC), foi apresentado no seminário “A indústria e os resíduos sólidos”, que aconteceu na terça-feira, dia 4, em Florianópolis. A pesquisa entrevistou em todo o Estado representantes de quatro elos da cadeia de reciclagem: coleta, triagem, revenda e recuperação de materiais.

No caso da coleta seletiva, os principais desafios são a forma como é realizada, a periodicidade, o escoamento dos resíduos e a conscientização da população. Em relação aos centros de triagem, foram destacadas a falta de força de trabalho qualificada, informalidades por parte das empresas que atuam na atividade, como a falta de licença ambiental, por exemplo.

No caso das empresas que revendem os materiais recuperados, os desafios são a elevada tributação, baixa lucratividade e dificuldade de adequação às exigências legais. As indústrias de recuperação de materiais destacaram como obstáculos a bitributação e a manutenção e aquisição de máquinas.

“É preciso olhar para o resíduo de uma forma diferente. É uma matéria-prima e tem toda uma cadeia por trás. Há pessoas para fazer a triagem e recuperação, por exemplo, para poder voltar ao consumidor como produto”, afirmou a especialista do IEL/SC, Paloma Zimmer, que apresentou o trabalho.

A questão da reciclagem ganhou mais força com a instituição, em 2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei federal que regula o destino do lixo produzido no país. Um dos pontos que preocupam é a implantação da logística reversa, que é o retorno à cadeia produtiva dos materiais descartados.

“Poucas pessoas estão atentas ao problema. Mas não podemos tomar nenhuma ação se não soubermos onde estamos. Conhecemos os primeiros resultados do estudo e já temos um bom encaminhamento”, afirmou o presidente do Comitê Estratégico da Fiesc para Logística Reversa, Albano Schmidt. Ele destacou que diversas cidades brasileiras estão sediando a Semana do Lixo Zero, e o evento da Federação contribui com as discussões sobre o assunto.

Confira os principais desafios da cadeia, conforme o mapeamento:

Coleta seletiva
-Forma em que a coleta seletiva é realizada (separação).
-Periodicidade coleta seletiva.
-Escoamento dos resíduos (local para disposição).
-Conscientização população.

Centros de triagem
-Força de trabalho (falta qualificação, informalidade).
-Informalidade das empresas (Licença ambiental inexistente na maioria).
-Local inapropriado para armazenamento.
-Contaminação dos resíduos desde a coleta.

Empresas de revenda
-Tributação (recolhimento sobre produtos já tributados na cadeia).
-Descarte de rejeitos (custo adicional para a disposição final).
-Baixa lucratividade.
-Catadores informais (desvantagem concorrencial entre empresas formais e informais).
-Carência de trabalhadores.
-Dificuldade de adequação às exigências legais (ambiental)

Indústrias da recuperação
-Bitributação quando aplicado a logística Reversa.
-Carência de resíduos selecionados.
-Carência de trabalhadores (preconceito).
-Dificuldade de adequação às exigências legais (ambiental)
-Manutenção e aquisição de maquinário (empresas menores).

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Via: economiasc.com.br