
O evento oportunizou a apresentação da pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial. Foto: Divulgação
Empresários que atuam no polo moveleiro da área de abrangência da Associação dos Moveleiros do Oeste de SC (Amoesc) e do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Vale do Uruguai (Simovale) conheceram, nesta semana, o panorama nacional e mundial do setor por meio de pesquisa apresentada na sede da Associação Empresarial de Coronel Freitas (AECF), durante o lançamento regional da Fimma Brasil 2015. A 12ª edição da Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira será realizada entre 16 e 20 de março, no polo de Bento Gonçalves (RS), reunindo cerca de 600 marcas expositoras, além de soluções, produtos e serviços da indústria mundial.
O evento marcou o início do programa de visitas realizadas pelo presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado Rio Grande do Sul (MOVERGS) Ivo Cansan e pelo diretor comercial de divulgação da Fimma, Juarez Piva, aos polos moveleiros do país para apresentação da feira. “A parceria entre a Amoesc/Simovale e MOVERGS visa incentivar a participação dos industriais da cadeia produtiva de madeira e móveis a conhecer as oportunidades de geração de negócios e inovação proporcionados pela Fimma. Futuramente, a mesma ação, será desenvolvida para apresentarmos a Mercomóveis aos empresários dos outros polos do país”, enfatizou o diretor executivo da Amoesc/Simovale, Leonel Felipe Beckert.
Além da mobilização para que o setor usufrua os benefícios que Fimma Brasil 2015 oferecerá, o evento oportunizou a apresentação da pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), que mostra o panorama mundial do setor, a indústria no Brasil, consumo e varejo, bem como as tendências e desafios. “O ano de 2015 será trabalhoso, mas não será tão difícil quanto foi 2014 para o nosso segmento”, ressaltou Cansan, antes de iniciar a apresentação do estudo, feito em 2013.
PANORAMA INDUSTRIAL DO SETOR MOVELEIRO
A produção moveleira mundial alcançou US$ 444 bilhões em 2013 e, mesmo com a crise internacional, registra 85% de crescimento desde 2004, a uma taxa média de 7% ao ano. Atualmente, 54% da produção mundial está concentrada na Ásia (41% na China) e, destes, 33% é exportado, movimentando US$ 148 bilhões por ano. A China é a principal exportadora com U$$ 52 bilhões em 2013 (35%). No comércio externo, o país tem participação mais modesta: é o 31º exportador, com apenas 0,5% das exportações globais e 30º importador, também com 0,5% das importações globais.
Os principais países produtores são China, que responde por 41% do total e EUA que responde por outros 10%. O Brasil está em 5ª posição com 3,7%. O mapa da evolução mundial de 2013 mostra que a produção de móveis cresceu 85,3%, no período de 2004 a 2013. Nos últimos nove anos, houve crescimento de 7% ao ano. O comércio mundial de móveis quase triplicou no período e, o Brasil, representa 0,5% do total exportado. Nos últimos 10 anos, houve crescimento de 7% ao ano. As exportações mundiais totalizam US$ 148 bilhões de faturamento.
Sobre o perfil dos produtores de móveis, a pesquisa revela que o setor é composto por 18 mil unidades produtivas que geram 300 mil empregos formais. Em 2013 foram produzidas 476 milhões peças pelas indústrias de móveis no Brasil, registrando crescimento de 3,4% sobre 2012. Em valores, esta produção equivaleu a R$ 36 bilhões (sem impostos), 10, 6% superior a 2012. Se incluídos as camas Box e colchões, a produção vai a 512 milhões de peças e R$ 42,9 bilhões.
A linha de dormitórios representa 35% da produção, seguida pelas linhas de escritórios (18%), e outros móveis (10%). Os dados apontam ainda que 87% das indústrias dedicam-se à produção de móveis de madeira (9% com a produção de móveis e 4% de estofados e outros móveis). Do volume produzido, porém, os produtos de madeira representam um pouco menos. Cerca de 76% do número de peças fabricadas. Das linhas de móveis produzidas em 2013, a de dormitórios foi a principal ofertada com quase 35%, seguida pela de escritório com 17,5%, cozinhas (12%) e estofados (11%).
Cansan enfatizou que, com o crescimento do mercado em ritmo lento e a entrada contínua de novos produtores e marcenarias, espera-se um forte acirramento da concorrência no setor. “Cada vez mais as indústrias de móveis buscarão diferenciais próprios de produção e serviços para se manterem lucrativas e em crescimento. Num mercado cada vez mais concorrido, espera-se aumento de participação dos grandes fabricantes, em detrimento dos pequenos moveleiros”, assinalou.
Dentre as estratégias dos grandes fabricantes para crescer mais que o mercado, Cansan apontou as seguintes: modelo multicanal de distribuição (lojas próprias, franquias, eccomerce, etc); fontes variadas de suprimento (produção própria, terceirização, importação, produção no exterior, etc); comercialização de mais de uma marca, visando alcançar públicos distintos de consumidores e aproximação maior de consumidores finais, entre outras. Além disso, para crescer, as pequenas indústrias precisarão buscar diferenciais na especialização.
O presidente da MOVERGS observou, ainda, que em mercados com alta concorrência, a prioridade das empresas será a busca pela lucratividade. “Os modelos de crescimento que trouxeram os empreendimentos até aqui, talvez não sejam os mesmos que os levarão a crescer mais do que o mercado nos próximos anos: com melhores salários e melhor distribuição de renda, nossos consumidores podem mais e querem mais, ou seja, os de menor renda querem inclusão social e os de maior renda querem exclusividade”.
Em termos gerais, todos buscam o melhor que o seu dinheiro pode pagar. Oferecer mais do mesmo ao mercado, não garantirá lucratividade, nem crescimento esperado e empurrará as empresas para a briga de preço. “É hora de encantar os clientes, garantir o giro no PDV e agregar valor com diferenciais próprios de produtos, serviços e marketing. É preciso se diferenciar, ser único, ser inigualável”, avaliou Cansan.
Beckert comenta que no comparativo mundial das exportações, o Brasil ocupa um lugar muito aquém do esperado e, apesar de ter aumentado sua capacidade produtiva, os produtos não passam de commodities. “Nossos produtos não agregam valor no mercado, tendo em vista que países que até então não possuíam histórico de produção de móveis ocupam posições mais favoráveis que a do Brasil no cenário mundial, fruto de investimento em design, o que agrega valor ao produto e custos de produção mais favoráveis do que o que enfrentamos no Brasil”.
VAREJO
A pesquisa revelou que o varejo de móveis e colchões no Brasil conta com 51 mil pontos de vendas (22,5 %em SP). O panorama do segmento mostra que nos próximos cinco anos, o varejo de móveis se expandirá a uma taxa de 4,1% ao ano, um pouco acima do varejo geral que tem projeção de 3,5% ao ano. As grandes redes varejistas tendem a crescer em ritmo bem acima do mercado, em detrimento das pequenas lojas independentes.
As principais estratégias do grande varejo de móveis incluem a expansão do número de lojas, visando maior cobertura regional da rede, velocidade da inovação, qualificação do mix de produtos, com expansão das linhas que incorporam design e componentes da alta decoração, melhoria da ambientação das lojas, entre outras. O estudo com base nos dados de 2014 será divulgado em maio deste ano.
De acordo com o presidente das entidades Amoesc/Simovale, Osni Carlos Verona, a disseminação desta pesquisa foi de grande importância ao polo moveleiro, tendo em vista que existem 12 polos do segmento no Brasil. “O oeste catarinense, através da AMOESC e SIMOVALE, tem o privilégio de ser um dos primeiros a receber esta tão rica pesquisa do setor de móveis”, completou.
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Via: economiasc.com.br