O IGP-M caiu pelo quarto mês seguido, ficando em -0,27%. Foto: Divulgação

Os fatores que causaram as deflações do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) nos quatro últimos meses já estão desaparecendo, segundo o superintendente adjunto de inflação do Ibre, Salomão Quadros. O indicador, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre), caiu pelo quarto mês seguido, ficando em -0,27%. Para Salomão Quadros, o índice demonstra que a deflação está chegando ao seu fim. “Ela se manteve com a mesma intensidade durante os três meses anteriores, mas agora os sinais são de que o processo está se esgotando”, afirma.

Em coletiva, Quadros explicou que as variações negativas em maio, junho, julho e agosto foram causadas por diferentes motivos. Em maio, por exemplo, ele lembrou que a deflação foi resultado de uma compensação dos choques agrícolas do início do ano, aliada aos efeitos da valorização cambial. Já em junho, a queda foi influenciada pela confirmação das evidências de super safra nos Estados Unidos, o que trouxe a desaceleração do preço das commodities. Em julho e agosto, o superintendente afirma que a deflação foi um retrato das notícias de excelente resultado da agricultura americana. “Tudo isso acabou. Todos os efeitos da estiagem já foram absorvidos, os efeitos da super safra já estão se esgotando, o câmbio não está mais se valorizando tanto”, afirmou.

Apesar de esperançosos, os números ainda não devem acompanhar o salto do ano anterior. O superintendente alerta que, embora a deflação fique para trás – e provavelmente continue até outubro – na comparação com 2013 os números devem ficar em nível inferior. “A taxa em 12 meses, que hoje está em 4,89%, ainda pode cair razoavelmente. Mas o que interessa no momento é o processo deflacionário que, com o seu fim, trará de volta a vida mais normal, com taxas positivas”, conclui. (FGV/Ibre)

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Via: economiasc.com.br