15 dez 2014

Fiesc avalia 2014 com queda na produção industrial

Presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, faz avaliação da industria catarinense em 2014. Foto: Marcelo Passamai

Presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, faz avaliação da industria catarinense em 2014. Foto: Marcelo Passamai

Marcelo Passamai

Em 2014 a indústria catarinense teve um declínio de 1,9% na sua produção. O consolo é que ficou abaixo da média nacional, que foi de 3,0%. A informação foi passada nessa segunda-feira, dia 15, pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte. Além disso, o Estado liderou nacionalmente a geração de empregos. Para 2015, o presidente não desejou fazer uma previsão. “Sabemos que Santa Catarina vai crescer no próximo ano. Dizer quanto é difícil. A secretaria estadual da Fazenda é de 2,8%”, completou.

Glauco destacou como melhor índice catarinense foi a de geração de empregos. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged), do Ministério do Trabalho, até outubro foram abertos, em Santa Catarina, 27.791 postos de trabalho, mais da metade dos 46.981 gerados no País. Em segundo lugar aparece Goiás, com 13.943 novas vagas. Segundo Glauco, a principal atividade geradora de emprego foram as chamadas indústrias de transformação, onde a construção civil está incluída.

Desempenho econômico em 2014 – Santa Catarina e Brasi

A queda catarinense de 1,9% da produção industrial, em relação aos outros Estados da região Sul, é consideravelmente menor. O Paraná teve a maior queda, de 6,1% e o Rio Grande do Sul de 3,0%. O presidente da Fiesc considerou as causas de declínio de desempenho nesses dois Estados maior que em Santa Catarina seja por causa, principalmente da queda da produção da indústria automobilística.

Comportamento do emprego em SC

Comportamento do emprego em SC

Dados apresentados na entrevista destacam a trajetória ascendente da taxa básica de juros da economia, a Selic, que passou de 7,25% a.a. em março de 2013, para 11,75% a.a. em dezembro de 2014. A inflação também esteve em alta no ano, com IPCA dos últimos 12 meses acumulando 6,55% em novembro, ainda acima do teto da meta do governo. Neste cenário, a confiança do industrial brasileiro, medida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), chegou em novembro ao nono mês seguido abaixo dos cinquenta pontos, o que indica pessimismo com o ambiente econômico. Em Santa Catarina, as indústrias também foram impactadas com aumento de 22,4% na tarifa de energia, aplicado desde agosto. Para reverter este quadro, Côrte defende uma mudança de mentalidade no governo. “Não é suficiente termos um bom ministro da Fazenda, nós temos que ter um governo que, de fato, olhe a produção como um requisito indispensável para o crescimento do País, trabalhando pela melhoria da produtividade e da competitividade do setor industrial”, defendeu Côrte.

Sobre o comportamento do comércio, Santa Catarina sofreu também com a inflação, que inibiu o crescimento do consumo. No entanto, alguns subsetores conseguiram manter um índice positivo, elevando a média total para 1,3% positivo, para uma média nacional de 1,5% negativa. Os subsetores que mais perderam o consumo foram hipermercados e supermercados (-6,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%). Os que mais cresceram foram eletrodomésticos (8,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico 11,1%).

Freio na produção – A associação dos fabricantes de máquinas e equipamentos, a Abimaq, estima queda de 15% no consumo destes produtos, normalmente associados ao investimento em produção. A redução da atividade também é apontada pela Anfavea, que contabiliza redução de 18% na fabricação de automóveis no ano. Em Santa Catarina, as indústrias de metalurgia e autopeças, tradicionais fornecedoras das montadoras de automóveis, frearam suas atividades em 10,6% e 3,7%, respectivamente.

Por outro lado, os setores ligados à exportação conseguiram incrementar a atividade. Se destacaram as vendas de soja, com alta de 73%, principalmente para a China, de madeira (+46%), principalmente para os EUA, e de suínos (+37%), para os EUA e México, que sofreram com doença em suas criações, e para a Rússia, que direcionou suas compras para o Brasil após a crise diplomática com a Europa, causada pela questão da Ucrânia. Este desempenho leva ao aumento de 4% nos embarques realizados nos portos de Santa Catarina até novembro, enquanto a exportação brasileira recua 6%.

Mercados das exportações catarinenses

Mercados das exportações catarinenses

Por fim, Glauco José Côrte disse que o investimento estipulado pelas indústrias catarinenses para 2014 diminuiu. Ele não soube dar precisamente o total que deixou de ser investido, mas afirmou que de nove indústrias pesquisas, sete reduziram seus investimentos. “No ano que vem teremos um primeiro semestre duro, mas a tendência é que, paulatinamente, tenhamos um segundo semestre melhor, preparando o País para um novo ritmo de crescimento em 2016”, afirmou Côrte.

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Via: economiasc.com.br