22 jan 2015

Casan explica dificuldades em tratar água

Superintendente Metropolitano da Casan, Carlos Alberto Coutinho (esquerda) e Assessor da Diretoria de Operação, Jair Sartorato (direita). Foto: Maicon Clímaco de Souza/Casan/Divulgação

Superintendente Metropolitano da Casan, Carlos Alberto Coutinho (esquerda) e Assessor da Diretoria de Operação, Jair Sartorato (direita). Foto: Maicon Clímaco de Souza/Casan/Divulgação

A sequência de tempestades que tem caído nos principais pontos de captação de água na Grande Florianópolis é o principal motivo das dificuldades que a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) tem tido no abastecimento da região. A explicação foi dada nessa quinta-feira, 22, por Carlos Alberto Coutinho, superintendente da Região Metropolitana, e Jair Sartorato, assessor da Diretoria de Operação. Segundo eles, as tempestades, registradas geralmente aos finais de tarde, provocam um nível exagerado de turbidez na água dos rios Vargem do Braço (conhecido como Pilões) e Cubatão.

Em decorrência dessa turbidez, que deixa a água com materiais orgânicos como folhas, galhos e outros sedimentos, o tratamento precisa ser mais gradual a fim de manter a qualidade da água distribuída. Este cuidado no tratamento é que gera a vazão menor do que a habitual em alguns bairros de Florianópolis, Biguaçu, São José e Palhoça.

Em Florianópolis, a região mais atingida é a Bacia do Itacurubi, que compreende os bairros Córrego Grande, Parque São Jorge, Jardim Anchieta, Itacorubi, João Paulo e Monte Verde. No Norte, Leste e Sul da Ilha, que têm mananciais próprios e sistemas independentes, as chuvas torrenciais não estão causando transtornos no abastecimento.

De acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, na região de Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça – onde estão localizadas as captações de Pilões e Rio Cubatão – o nível de chuva está muito acima do normal. Segundo informações obtidas pela Celesc, os últimos 25 dias registraram uma sequência de tempestades e raios que não ocorria havia 60 anos. “Depois das chuvas fortes a água vem cheia de restos de vegetação e resíduos em suspensão, chegando a ficar marrom. Então, precisamos de mais tempo para tornar a água adequada para distribuição”, explicou Carlos Alberto Coutinho.

O engenheiro Jair Sartorato reiterou que justamente em função desse problema recorrente, cerca de R$ 18 milhões estão sendo investidos na ampliação da estação de tratamento de Cubatão. Uma das melhorias será a implantação do equipamento flocodecantador, um sistema complementar de filtração que vai ampliar a capacidade de tratamento de água em até 50%. Com a finalização da obra, prevista para o final do ano, a produção de água na ETA Cubatão passará dos atuais 2 mil litros por segundo para 3 mil litros por segundo.

Porto Belo

Coutinho, Sartorato e o diretor de Operação, Paulo Meller, receberam também na quinta-feira, uma comitiva de Porto Belo. Liderada pelo prefeito Evaldo José Guerreiro Filho (PT), por vereadores e outros líderes políticos e comunitários, além da direção da ARIS (Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento), a comitiva pediu à Casan solução para problemas recorrentes de abastecimento na cidade. A queixa maior recai sobre a cor escura da água.

Em nome da Companhia, Meller pediu desculpas à população pelos transtornos e prometeu “soluções a curtíssimo, curto, médio e longo prazos”. No início da próxima semana, uma força-tarefa da Casan vai à cidade para tentar resolver todas as queixas (além da cor da água, a repavimentação das ruas e o atendimento da Agência local). Meller revelou que equipamentos já em fase final de instalação vão permitir ajustes radicais na estação de tratamento. A Casan espera poder dar esta notícia boa á cidade nos próximos dias.

O problema de Porto Belo, porém, não se resolverá por completo com os ajustes na estação de tratamento. Conforme Coutinho explicou durante a coletiva de imprensa, a estiagem na região baixou de forma drástica o nível do Rio Perequê. Quando isso ocorre, Porto Belo e Bombinhas são as mais afetadas porque a Casan tem de captar água abaixo do ponto utilizado pela Conasa para abastecer Itapema. Justamente por isso a Casan está gestionando junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) regras novas de compartilhamento daquele manancial.

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Via: economiasc.com.br