21 jan 2015

Capital mais empreendedora não pode se acomodar

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Por Guilherme Bernard*

Florianópolis é a capital mais empreendedora do Brasil, título conquistado a partir de um estudo produzido pela Endeavor. Sem dúvidas o setor de tecnologia, maior pagador de impostos ao município, contribuiu para este feito. O segmento vem crescendo há 25 anos, quando os primeiros empreendedores com visão inovadora se instalaram na cidade catarinense e souberam aproveitar os benefícios oferecidos pela Ilha de Santa Catarina — especialmente a mão de obra qualificada, resultado das ótimas universidades instaladas na região.

Um em cada 28 mestres e doutores em ciência ou tecnologia da cidade trabalham nas empresas locais, representando mais do que o dobro da média das outras 14 capitais analisadas. Números divulgados em 2012 mostram que as 600 empresas de tecnologia existentes na cidade foram responsáveis por 6 mil empregos diretos e faturaram R$ 1 bilhão. Não há dúvidas de que o bom desempenho do setor se deve à capacitação técnica de qualidade e ao interesse nas tendências mundiais. Também contamos com ampla infraestrutura para desenvolvimento e consolidação dos negócios, como os parques tecnológicos e incubadoras.

Os aspectos positivos são muitos, mas não podemos nos dar por satisfeitos. Para Florianópolis se manter atrativa para os negócios, há algumas questões que precisam ser melhoradas. Quem deseja empreender por aqui já enfrenta uma dificuldade no início: o processo burocrático faz com que a abertura de um novo negócio leve em média 80 dias, terceiro maior prazo entre as cidades pesquisadas no Índice de Cidades Empreendedoras. É necessário um esforço da classe política junto aos empresários e às instituições para reverter este cenário, tornando a capital uma ambiente ainda mais propício para a criação de novas empresas.

*Guilherme Bernard é presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate)

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Via: economiasc.com.br