Dr. Luciano Duarte Peres é especialista em direito financeiro. Foto: Divulgação

A Black Friday é uma tendência que nasceu nos Estados Unidos e que coincide com o dia de ação de graças. Aqui no Brasil a data bate com a do pagamento do 13º salário. E no meio de tantos impulsos consumistas, como achar as promoções que realmente estão valendo a pena, sem a empolgação de gastar a mais e acabar endividado?

Em primeiro lugar é necessário ter cuidado e prudência já que o 13º salário é um dinheiro extra, mas que vem em uma época que temos mais gastos, como por exemplo: IPTU, IPVA, no começo do próximo ano temos gastos com filhos, tais como colégio e material escolar, além de pagamento de imposto de renda, entre outros gastos acumulados. Portanto aquelas pessoas que já estão com dívidas devem priorizar o pagamento ou amortecimento desses valores devidos e quem tem um dinheirinho a mais pode tentar pechinchar nas lojas, mesmo durante a Black Friday! Com o pagamento à vista o lojista não tem gastos como tarifas bancárias, cheques e valores gastos quando a compra é feita no cartão de crédito – que vão de 5 a 15%, portanto pode ser vantajoso para o consumidor.

É preciso uma preparação para a Black Friday, ou seja, se você pretende comprar algo como uma televisão, por exemplo, pesquise e anote os valores e locais para possível compra antes de chegar a data das promoções, assim você terá certeza se o desconto é efetivo ou se existe um aumento no valor real e uma falsa expectativa de desconto.

Para evitar fraudes preste atenção nas compras feitas, principalmente pela internet, já que no Brasil a maioria das promoções estão na rede. Veja se o site é confiável, conheça a reputação do site e leia tudo, inclusive as letras menores, que podem conter informações importantes, tais como a data de entrega e se a compra está sujeita a estoque. Confira se na barra de acesso existe um cadeado, mostrando que o site é seguro.

Para evitar dores de cabeça sempre que possível compre com boleto bancário, de preferência com a data de vencimento prevista para o dia de entrega, garantindo que assim que o produto deverá ser entregue. O boleto facilita na segurança do consumidor.

Se por acaso você comprar no cartão e tiver algum problema, primeiramente peça o cancelamento da compra para a operadora do cartão de crédito, mas lembre-se: a operadora não é responsável por compras voluntárias. Após esse passo vá até o Procon de sua cidade e faça uma denúncia junto ao Ministério Público, para tentar o ressarcimento. Fique de olho! Em sites falsos a probabilidade de localização dos responsáveis pela fraude é menor, portanto o ressarcimento pode ser mais difícil.

Tenha atenção e se planeje: essa é uma época que naturalmente impulsiona o consumo,portanto analise o que você realmente precisa e o que realmente vale a pena e não extrapola seu orçamento. Bom senso é a chave.

Dr. Luciano Duarte Peres é especialista em direito financeiro, presidente da Comissão de Direito Bancário do Instituto dos Advogados de Santa Catarina e presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor Bancário

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Via: economiasc.com.br