28 abr 2017

TURISMO DA FÉ E O COMÉRCIO DE AVENTUREIROS

Eliane Colla

A fé do brasileiro movimenta bilhões todos os anos. O Brasil dispõe de diversas opções de destinos religiosos que atraem, não só o público nacional, mas também visitantes do mundo todo e apresenta, a cada ano, números mais expressivos nesse segmento. Dados do Ministério do Turismo (MTur) demonstram que esse setor específico movimenta em torno de 15 bilhões de reais anualmente, evidenciando sua importância para a economia local e nacional, sobretudo em tempos de crise

As viagens motivadas pela fé mobilizaram 17,7 milhões de pessoas só em 2014. A religião é o motivo de 3,6% de todas as viagens feitas no Brasil. Ainda de acordo com a pasta, mais de 340 cidades são destino obrigatório no calendário anual dos eventos que envolvem a fé.

Várias manifestações de devoção agregam o calendário religioso do Brasil. Na nossa região, merece destaque o Congresso dos Gideões Missionários da Última Hora, realizado há 35 anos em Camboriú. Não tenho dúvidas que o evento movimenta o turismo de Camboriú e Balneário Camboriú, fazendo girar a economia, mas é certo também que o comércio de rua precisa de regulamentação específica para evitar os aventureiros.

Como representante da CDL de Balneário Camboriú e também solidária à direção da CDL de Camboriú, entendo que o comércio de rua durante o congresso deve se limitar a venda de artigos religiosos e que não causem prejuízo ao comércio estabelecido na cidade, que gera emprego e renda durante o ano todo. No mínimo é incoerente privilegiar o comércio ambulante em detrimento ao comércio local, já que este tipo de atitude tira oportunidades de quem trabalha o ano inteiro para ampliar a sua possibilidade de venda. Defendemos sim a continuidade do congresso e toda a prosperidade que ele traz para o turismo da região, mas também um comércio forte e competitivo.
*Eliane Colla é presidente da CDL de Balneário Camboriú.