03 fev 2015

Aumento dos combustíveis gera livre concorrência

No litoral do Estado a gasolina é mais barata, como por exemplo em Itajaí, por causa da questão logística. Foto: Divulgação

No litoral do Estado a gasolina é mais barata, como por exemplo em Itajaí, por causa da questão logística. Foto: Divulgação

Jéssica Sant’Ana e Marcelo Passamai

O aumento dos combustíveis já chegou em Santa Catarina. Embora não haja uma fixação dos valores que podem ser praticados pelos postos de revenda, o aumento anunciado na segunda-feira, dia 19/01, pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, rapidamente chegou ao consumidor. Como alguns postos pequenos não têm estoque, tiveram que repassar o custo imediatamente para o consumidor. Já outros postos, que ainda tinham estoque, foram repassando o aumento durante as duas semanas seguintes.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Santa Catarina (Sindipetro), Robson de Souza, disse que a entidade não pode se manifestar sobre os preços praticados nos postos de gasolina porque isso pode ser interpretado como uma orientação a que preço praticar. No entanto, segundo ele, no litoral do Estado a gasolina é mais barata, como por exemplo em Itajaí, por causa da questão logística. Já o Extremo Oeste, tem um preço de combustível mais caro, pois fica longe dos portos. Ele reafirmou que SC tem um dos combustíveis mais baratos do Brasil, já que o ICMS aqui é de 25%. Os valores em média praticados em Santa Catarina, nesse primeiro momento vão de R$ 3,30 a R$ 3,60.

Os aumentos foram reflexos das medidas econômicas do Governo Federal que deseja arrecar mais de R$ 12 bilhões com o aumento de PIS/Cofins sobre a gasolina e a volta da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que regula o preço de combustíveis. Por isso Robson de Souza afirma que, “não haverá redução dos preços dos combustíveis ao longo deste ano, já que o que houve foi um aumento da carga tributária, uma decisão política governamental”.

Na avaliação do Sindipetro, esse aumento da carga tributária não deveria acontecer já que houve queda nos barris de petróleo em todo o mundo. “Com a crise, o consumidor consome menos combustível, o que não só prejudica a venda de gasolina e diesel, mas, como também, afeta os outros serviços oferecidos pelos postos (como lojas de conveniência e lavação de veículos) já que o consumidor passa a ir com menos frequência aos postos”, completa o presidente.

O presidente do Sindipetro, diz que “já estamos vivendo uma crise devido a retração do PIB. O aumento no preço dos combustíveis só contribui para agravar a crise. Há um efeito dominó”. Por exemplo, com o aumento do diesel, tudo o que depende da cadeia do transporte de cargas, é afetado, como o setor de vestuário e alimentação, já que há um encarecimento do frete. Além desses, Robson de Souza lembrou dos setores de embalagens e do transporte público. “Por dependerem dos combustíveis, esses setores também acabam impactando na inflação”, analisa.

Atualmente existem em Santa Catarina mais de 2000 mil postos de combustíveis. Os Órgãos de Proteção e Defesa do Consumidor, de cada município, são os responsáveis por fiscalizar a livre concorrência de preços. “É sempre algo benéfico, desde que saudável, dentro dos parâmetros éticos e legais”, disse o presidente do Sindipetro. Ele orientou que os consumidores pesquisem bastante, mas não se atentem apenas aos preços, mas também para a qualidade do combustível que consomem.

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Via: economiasc.com.br